A frase “anem a Mestalla” (“venha para o Mestalla” em catalão) é bastante comum dentre os torcedores do Valencia. O estádio é conhecido como um dos mais grandiosos da Europa e também é apontado como um dos mais assustadores para os adversários pela imprensa esportiva.
Em 98 anos de história, já sofreu com guerras e inundações, mas sempre que abriu suas portas para os fanáticos torcedores do Valencia, o Mestalla virou o palco perfeito para “Los Murciélagos” comemorarem vitórias e títulos expressivos e lamentarem os vexames e as derrotas.
1919 – Antes do Mestalla
Fundado em 1919, o Valencia começou a mandar seus jogos no Camp d’Algirós, estádio que tinha capacidade para cerca de 8 mil pessoas. O crescimento do clube na Espanha fez com que o então presidente Ramón Leonarte, junto com seus conselheiros e diretores, iniciou a busca por um terreno que abrigasse o time de futebol e também a sua torcida de maneira mais confortável. Assim nascia o Estadio de Mestalla.
1923 – A inauguração
Dia 23 de maio de 1923, o estádio era inaugurado em um amistoso contra a equipe do Levante, seu maior rival. Arturo Montesinos Cebrián marcou o que seria o primeiro gol do estádio e a primeira vitória do mandante. Naquele jogo, 1×0.
1927 – A primeira reforma
O Valência começou a ganhar notoriedade no cenário nacional e começava a demonstrar o seu potencial através de campeonatos regionais, o que levou os dirigentes da época a realizarem as primeiras reformas de Mestalla em 1927. A sua capacidade total foi aumentada em 25.000 lugares antes de se tornar um dos campos mais deteriorados da Guerra Civil.
1936 – Guerra Civil
Em 1936, ano do início da Guerra Civil Espanhola, o Mestalla recebeu a sua terceira final de Copa do Rey antes de se transformar em campo de concentração e ferro velho. O conflito causou grandes danos ao estádio, que praticamente contava apenas com a sua estrutura básica. Com a ajuda da Real Federação Espanhola de Futebol, sua reconstrução foi encomendada pelos arquitetos valencianos Manuel e Salvador Pascual Gimeno.
1950 – Grande reforma
O Mestalla passaria por uma grande reforma nos anos 1950. Sob o comando do presidente Luis Casanova Giner, o Valencia teve que recorrer a vários empréstimos bancários para custear as obras que consistiam na compra de terrenos e na ampliação da capacidade do estádio para 45.500 pessoas.
O custo total das obras chegou a 47 milhões de pesetas (antiga moeda da Espanha até a adoção do Euro em 2002). Curiosamente, esse período também seria marcado pelo início da seca de títulos nacionais do Valencia. O alto custo do estádio infringiu no time dos Murcielagos, onde não foi possível contratar bons jogadores para a equipe, para bater de frente com Barcelona e Real Madrid.
1957 – Inundação
No dia 14 de outubro de 1957, com a inundação do rio Turia, as instalações de água e luz do Mestalla foram completamente destruídas e as tribunas, os escritórios e o túnel que leva ao vestiário foram inundados. Com muita força de vontade e o apoio da fanática torcida do Valencia, a diretoria conseguiu recuperar o estádio e introduzir algumas melhorias como a iluminação artificial para que o clube pudesse receber jogos à noite.
1961 – Mudança de nome
Mestalla acabava de entrar no circuito europeu e o fazia como um campo onde se viviam os acontecimentos mais importantes. A partir de 1969, a frase “Anem a Mestalla”, tão comum entre os fãs, começou a cair no esquecimento.
O motivo, uma mudança de nome que significou a grande homenagem do clube ao seu presidente mais emblemático e que durou um quarto de século. O próprio Luis Casanova Giner confessou que aquela honra o deixou totalmente oprimido, e ele próprio pediu, em 1994, que o seu nome fosse substituído novamente por Mestalla.
1982 – A Copa do Mundo
Enquanto o Valencia seguia conquistando títulos e reunindo nomes bem conhecidos do torcedor (como o brasileiro Waldo e o argentino Kempes) nos anos que se seguiam, o Mestalla foi adaptado para receber três partidas da Seleção Espanhola na Copa do Mundo de 1982 na fase de grupos contra Honduras, Iugoslávia e Irlanda do Norte. O estádio também receberia partidas importantes do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Barcelona, incluindo a semifinal entre Espanha e Gana, vencida pelos anfitriões por 2 a 0.
1998 – Nova ampliação
Em 1998, o Mestalla sofreria novas ampliações que aumentaram a capacidade do estádio para 75.564 torcedores. Três níveis foram adicionados ao setor norte, ao setor sul e no setor central com a intenção de atingir a marca de 70 mil lugares. No entanto, problemas com o Supremo Tribunal da Espanha (que declarou as obras ilegais) fizeram com que a capacidade do Mestalla fosse diminuída para os atuais 49.500 lugares.
O Mestalla seguiria recebendo as partidas do Valencia nas competições nacionais e internacionais, tornando-se referência em toda o continente como um dos estádios mais fantásticos e mais “temíveis” para os adversários. Em 2016, o jornal inglês Telegraph elegeria o Mestalla como o segundo melhor estádio do continente (superado apenas pelo igualmente impressionante Signal Iduna Park do Borussia Dortmund). E a BBC elegeria o Mestalla como o sétimo estádio mais assustador do mundo para os adversários.
2007 – O Novo Mestalla e os problemas entorno dele
Em 2007, a diretoria do Valencia anunciou a construção de um novo estádio que levaria o nome de “Nou Mestalla” (“Novo Mestalla” em espanhol). O objetivo era construir um estádio com desing moderno com revestimento de alumínio e interior de madeira.
Com custo estimado em 250 e 300 milhões de euros, a obra foi paralisada dois anos depois por conta da crise financeira que tomava conta do clube. Em 2008, quatro trabalhadores da construção civil perderam as suas vidas depois do desmoronamento de alguns andaimes no local das obras, fato que chamou a atenção das autoridades espanholas para as reformas.
2013 – Uma nova tentativa
Em 2013, o Valencia anunciou o novo design reduziu a capacidade do Novo Mestalla (para 80 mil para 61.500 lugares), o parque de estacionamento subterrâneo, o telhado completo do design original e reelaborou toda a fachada.
Em 3 de outubro de 2017, o Valencia anunciou que reiniciou as negociações com o conselho da cidade de Valencia para renovar o projeto e concluir o processo de construção do Novo Mestalla. Enquanto o estádio não sai do papel, os torcedores seguem na expectativa pela nova casa do Valencia.
Em 2016, a imprensa da cidade anunciava que já existia uma lista de espera de 3.618 pessoas para comprar os season tickets (ingressos para toda a temporada) da arena depois que ela for concluída. As obras, no entanto, só devem ser encerradas no ano de 2021. Assim, o Valencia segue utilizando o “velho” Mestalla para mandar seus jogos.
Capacidade | 55 000 |
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País | Espanha |
Cidade | Valencia |
Clubs | Valencia CF |
Outros nomes | Estadio Luís Casanova (1969-1994) |
Inauguração | 20/05/1923 (Valência – Levante, 1-0) |
Renovações | 1927, 1940, 1959, 1972, 1973, 2013-2014 |
Projeto | Francisco Almenar Quinzá |
Endereço | Avenida Suecia, s / n 46010 – Valência |
Fontes: Torcedores.com / Site Valência
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